quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Simple Math - II

É claro que Sophia estava lá.
Os motivos eram muitos. Gostava da matéria, gostava da forma com que Richard levava tudo isso a sério, admirava as respostas irônicas que o professor lançava aos alunos e tinha uma enorme vontade de conversar com ele. Simplesmente conversar. Passar horas discutindo sobre tudo.
Sophia era como uma irmã mais velha, do tipo que dá orgulho, do tipo que você quer ser quando crescer, ainda que tenham a mesma idade. Lembro que já sabia o que queria da vida numa época que as meninas ainda querem ser professoras ou bailarinas. E eu sentia que ela podia ser exatamente tudo o que quisesse. E talvez por tudo isso ela admirasse tanto Richard, de uma forma tão diferente das outras meninas da nossa idade. Eles conversavam sobre a vida, sobre política, sobre a bolsa de valores se fosse conveniente. Tinha a impressão de que a beleza tão farta que cansava a vista de quem olhava para Richard simplesmente não adentravam nos olhos de Sophia.

- É uma questão de educação. – dizia Richard, com um sorriso que instigava – As pessoas tratam bem aquele que não gostam pra parecerem mais educadas, quando por dentro estão matando o outro de formas cruéis. Eu prefiro chamar a educação de hipocrisia. Acho que estou velho demais pra me importar.
Richard continuou sorrindo, e na maioria das vezes o fazia. Ainda que fosse um homem bastante sério, predominava a ironia em seu comportamento. Gostou de observar as reações dos cinco que estavam na mesa redonda de filosofia. Já não mais discutiam assuntos muito tensos. Agora apenas relaxavam e esperavam o horário de sair.
- É uma tendência normal do ser humano proteger quem ama e ignorar quem odeia. – disse Sophia, concordando.
- E o pior é que falando assim parece tudo muito simples. – disse Phelipo, um dos garotos da turma de Sophia. Ele arrumou os óculos de aros grossos sobre o nariz e então continuou – Na maioria das vezes, com as pessoas que realmente importam, as que incomodam, não se sabe se amamos ou odiamos.
A frase de Phelipo ainda ecoa na cabeça de Richard, não há sombra de dúvidas disso. Mas naquele momento, ele simplesmente riu.
- Acho que está exagerando, Phelipo. Nada precisa ser tão complicado. A vida, como já dissemos aqui, é simples. – disse Richard.
Richard viu o garoto esboçar uma palavra, mas não disse nada. Conteve-se no último momento, e o professor entendeu que era porque estava prestes a discordar. Os alunos tinham certo medo em ir contra sua palavra. Não sabia se porque consideravam que estava sempre certo ou por medo de uma resposta seca ou irônica demais.
- Pode falar, Phelipo.
- Acho que o que ele quer dizer – começou Sophia, atraindo a atenção, quando Phelipo simplesmente deu de ombros – é que qualquer um que diga isso não viveu o suficiente.
Todos tinham medo de contrariá-lo, exceto Sophia.
- Acho que tenho pelo menos o dobro da sua idade. – ele respondeu, quase ofensivo.
- E é isso que mais impressiona. Talvez seja pela sua facilidade em separar os alunos em bons ou ruins – coisa que ninguém discordava, nem ele -, mas pelo menos eu, como opinião pessoal, rotulo menos e observo mais, e há traços nas pessoas que desgosto e que gosto.
- É uma visão bastante aberta, concordo. – disse Richard – Mas não há como simplesmente amar e odiar alguém.
- Eu amo suas aulas de Filosofia. Odiava suas aulas de Matemática. – disse John, um garoto sentado mais ao fundo.
John era a prova viva da inteligência de Richard, pois havia tido aula com ele em outro colégio, de Matemática. Richard havia se formado e exercido em duas áreas completamente diferentes, com a mesma qualidade de aprendizado e interesse. Lia mais que os professores de português. Participava mais de fóruns de Matemática que os professores da matéria.
- Estourou o motim da mesa redonda. – disse Richard, abrindo os braços. Então riu, satisfeito com seus alunos.
E assim, o último sinal do dia tocou. Ele esperou o barulho da sirene passar para agradecer a presença de todos e se despedir. Sophia, no entanto, ficou, sem nem fazer menção de sair. Richard não se impressionou.
- Estou realmente feliz com o rumo que esse grupo está tomando. – disse Richard, quando os demais já haviam saído e ele estava acabando de guardar seu material de professor – Estão começando a contestar.
- Vai dizer que disse aquilo só pra nos testar. – desafiou Sophia.
- Não, eu realmente acredito que é muito simples decidir se amo ou odeio alguém. Claro que há muitos sentimentos no meio do caminho, mas os extremos são opostos demais para se misturarem.
Sophia deu de ombros.
- Se você diz.
- Ora, não comece a concordar comigo. – ele mandou, sorrindo. Tinha um sorriso absurdamente bonito – Você é diferente justamente por contestar.
- Ah, claro. – ela riu, levantando-se com a mochila nas costas – E você é diferente justamente por ser o maior cabeça dura que esse mundo já viu.
- Você deve contestar, eu também.
- Não concordo com uma palavra do que está dizendo…
- Mas defenderei até a morte seu direito de dizer o que pensa. – completou Richard, bastante satisfeito.
- Voltaire. – ela terminou. – Seu antepassado, muito provavelmente.
Richard riu e também carregou sua bolsa com seu notebook. Os dois saíram da sala, certos de que viam um amigo um no outro.

Richard achava Sophia além da sua idade. De corpo, nada mais que uma menina de dezessete anos, com seus cabelos negros, lisos na raiz, formando ondas grandes do meio para o fim. Olhos tão verdes quanto era possível e o rosto pálido o suficiente pra que ganhasse o apelido de fantasminha camarada no primeiro ano. Havia tido alguns namorados, pelo que ele se lembrava, e sabia que – ou pelo menos percebera –John era completamente apaixonado por ela. Era uma garota cheia de vida, inteligente, que ele admirava, com quem ele gostava de conversar.
Talvez – e ele já tinha pensado nisso várias vezes – ela fosse uma mulher presa num corpo de menina. Sua aluna favorita. Sem sombra de dúvidas.

Talvez Richard a levasse tão a sério que disso derivou uma confiança grande demais.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Epitáfio

Devia ter estudado mais
Ter revisado mais
Ter feito o meu dever
Devia ter chutado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...



Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
De não ficar de recuperação...
O cotuca vai me acolher
Enquanto eu lembrar dos amigos
O cotuca vai me acolher
Enquanto eu lembrar...
Devia ter me preocupado menos
Surtado menos
Não estudar até o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com matérias pequenas
Me focado no que trás mais dor...
Queria ter aceitado
Ope Uni como ela é
A cada um cabe aprovações
E a DP que vier...
O cotuca vai me acolher
Enquanto eu manter os amigos
O cotuca vai me acolher
Enquanto eu lembrar...
Devia ter brigado menos
Implicado menos
Mas agora já passou....

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar

Que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba?




Faz um ano já que o pra sempre acabou. E só agora que eu percebi.
Uma verdade inconveniente é que de todas as escolas que já saí, o que mais ficou, o que mais guardei, foram os professores que tive. Todos eles me mudaram um pouco. Alguns muito. E sempre que deixei de agradecer, me arrependi. Gostaria de ter coragem e ir lá e dizer obrigada a todos que me marcaram.
Professor é, com certeza, a profissão que mais admiro. Sempre admirei, sempre fui muito ligada aos meus professores. Acho que qualquer um que me ensine algo que eu leve pelo resto da vida já é alguém que admiro muito.
No cotuca, porém, tive amigos que me ensinaram o significado de bons momentos. Alguns talvez eu perca o contato, talvez se afastem para sempre, talvez nunca mais ouça falar deles, mas ainda assim me lembrarei.
E me lembrarei também da sala que foi minha durante um ano. TA 09 não é TA 08, mas agradeço pelas risadas, pela amizade, pelo companheirismo de quem nem me conhecia direito.

Impossível porém, não lembrar do significado de TA 08.
De início, uma sala que se irritou quando a diretora a classificou como "heterogênea". Afinal, nos sentíamos unidos! Uma sala orgulhosa de não ter intrigas, de serem amigos, de clamarem ao sete ventos que são uma família.
Só que a família achou suas divergências conforme a intimidade aumentou.
É com bastante arrependimento que digo que mal ouvi a voz de algumas pessoas da sala, de tão pouco que conversei nesses três anos. E com outros, talvez tenha falado mais do que com a minha mãe. Mas talvez isso faça parte da coisa, certo?
O que não fazia parte da coisa era a desunião, da qual muitas vezes participei. Odiei, xinguei, fiquei brava em muitas ocasiões. Ri quando reparei na divisão drástica que havia na sala, estilo apartheid. E no fim, a sala que brigou por ser classificada como heterogênea, acabou virando uma enorme mistura de muitas fases imiscíveis.
Tivemos a primeira, a segunda guerra mundial, e até a guerra fria. Tivemos momentos históricos demais. E eu gostaria que você, que está lendo isso e pretende não contar pra ninguém que entrou no meu blog, que se lembre, que olhe pra trás, que pare pra pensar em como tudo começou e como nós éramos as mesmas pessoas do começo ao fim, só que acabamos com mais raiva, mais ressentimentos, mais mal entendidos. E você que está pensando "que hipocrisia dessa menina que xingava todo mundo falar essas coisas", que saiba que não pretendo me defender ao dizer que a pessoa que você mais sabe que fala de você (e me refiro a ter certeza e não achismo) é a que menos fala e mais ouve. E também, olhe agora. De que tudo isso importa?

Não importa mais nada. Não importa o começo ou o fim. Só o que ficou.
E o que ficou?
As brigas e os ressentimentos. Os amigos verdadeiros. Os bons momentos. A ideia de ter vivido a experiência COTUCA, tenha sido ela traumatizante ou memorável.
Já faz um ano pra você, mas só faz alguns dias pra mim. E na verdade, nem acabou. Se não rolar faculdade, rola matematica 3.

Ao cotuca, obrigada por me acolher. Ainda que tenha me feito sofrer, tenha me feito chorar, ter crises de pânico e a necessidade de ansiolíticos, obrigada. Daqui pra frente eu me viro.

E Força sempre!

Simple Math

A história toda ainda parece só um grande ponto de interrogação.
Entre filósofos e pensadores, entre alunos e professores, restam apenas humanos, cujas vivências determinaram aquilo no que a vida se baseia: o que é importante para cada um. Se é a Filosofia, se é a carreira, se é a família ou números e cálculos frios.
E por isso essa história ainda me parece um enorme ponto de interrogação. Porque as vivências e tudo que havia guiado Richard até aquele momento contradizem suas reações aos fatos decorridos.
Pra que tudo possa fazer um mínimo de sentido, devo começar dizendo que Richard foi meu professor de Filosofia durante o Ensino Médio. E pra quem ensina uma matéria tão rejeitada pela maioria, até que era levado bem a sério.
Sophia, aconteceu de ser minha amiga, por acasos do destino que já de nada valeria mencionar. Os relatos aqui são feitos por quem acha que a história dos dois não merece passar em branco como se nunca tivesse acontecido. Muitas coisas (e diria a maioria) estão descritas como imagino que aconteceram, pois não as presenciei, e Sophia recusou-se a dar detalhes. Os nomes, obviamente, não são reais.
O ponto de vista inicial é de Richard. E o motivo é simples. Sophia nunca escondeu seus sentimentos. Mas Richard foi e é um mar enorme de confusão, tormenta e dúvidas. Então prefiro tentar explicar aquele que nunca se fez entender. E os sentimentos dele? Estou adivinhando. Tudo aqui é palpite meu. Richard, por fora, nunca demonstrou mais do que ironia e frieza. Por dentro, no entanto, gosto de pensar que era fraco.
Preferi me ocultar dessa história, portanto não me verão como personagem. E antes de qualquer coisa, quero que sintam-se avisados: a realidade é tão amarga quanto pode ser.
Na nossa escola havia um clube de filosofia fundado e regido por Richard. No começo, cheio de ideias utópicas na cabeça, ele espalhava cartazes convidando os alunos a discussões capazes de trançar a mente de qualquer um. Depois de três semanas tendo apenas cinco alunos na mesa redonda, ele começou a economizar o dinheiro do xerox dos cartazes, já que os que ali estavam não precisavam de convites pra aparecer.
Era de se esperar, no entanto, que Richard tivesse muito mais adeptos ao clube de filosofia, já que nove em cada dez meninas não dispensavam uma desculpa pra ficar perto dele. Seria isso que teria acontecido – garotas do colégio todo ao seu redor e ignorando suas discussões – se ele não tivesse avisado que seriam avaliados pelas conclusões de cada reunião.
É claro que Sophia estava lá.

sábado, 12 de novembro de 2011

Poesias de não sentimento

Parei de escrever poesia aos 14 anos (mais ou menos quando o romantismo de mudar o mundo acabou)

Pelo menos sobre sentimentos que EU tivesse.
Atualmente prefiro falar dos sentimentos dos personagens sobre os quais escrevo, já que escrevo compulsivamente.
É quase um pseudônimo, eu acho.
Isso é de um personagem de nome Richard. A história se chama Simple Math.

Sofia

Sofia não canta
Sofia só fala
E pouco fala
Mas encanta
Adoça minh'alma
Quando fala
Mas pouco fala

Sofia não chora
Sofia só sofre
E pouco sofre
Embora não chore
Minh'alma amarga
Quando sofre

Sofia não ri
Sofia só sorri
Mas mesmo por isso
Faz minh'alma rir
De imaginar seu riso

Sofia! Sofia!
Mas Sofia não ouvia
Sofia só sofria
Sofria de amar

Sofia se soubesse
Como minh'alma aquece
Só de te olhar

Sofia riria e cantaria
E choraria só de alegria

Sofia de minh'alma

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

E consertar o mundo fazia parte dos planos

Até eu descobrir que antes de mudar o mundo, preciso consertar a mim mesma, e isso já é difícil pra caramba.
Além do quê, o mundo é uma bagunça muito maior do que eu imaginava quando mudá-lo ainda era meu intento.
Perder o romantismo tão cedo é realmente triste.

Círculo do lixo ao luxo

As pessoas caminham nas ruas, sem notar o outdoor, a propaganda luminosa que os afeta. Não é um produto daquela cidade, daquele estado, muito menos daquele país. Nem precisamente de algum outro. Pode ter vindo da China ou dos Estados Unidos. Pode ter vindo de ambos.
Um executivo bem sucedido, passa pelo local sem perceber, pois está ocupado demais ao telefone, falando com alguém do Canadá. Porém, senta-se à mesa de um pequeno pub e pede o refrigerante anunciado em letras gritantes no outdoor.
A mulher que o atendeu foi contratada ontem, para substituir uma senhora que trabalhava ali há alguns anos. A jovem usa um tênis caro, que seu dinheiro não poderia comprar sem antes abrir mão de certas coisas. Tem tecnologia de ponta, o melhor desta semana.
            A loja onde o sapato foi comprado tem nome em inglês. É moderna para atrair jovens consumidores. Considerada comércio de luxo, nenhum dos empregados pode comprar grande parte dos produtos que vendem. Trabalham as oito horas diárias, não para comprar um tênis, mas para dar de comer aos filhos. Filhos, que não sabem traduzir para a língua nacional, o nome da loja onde seu pai ou sua mãe trabalha.
            O jovem que pode comprar esses tênis é filho do executivo. Não precisa pedir muito para que o pai mande comprar qualquer sapato ou roupa que o adolescente queira. Antes de ir à escola no dia seguinte, ainda comunica ao amigo dos Estados Unidos, em inglês, através do MSN sobre seu novo e avançado calçado, que é igual ao do amigo, porém com uma cor diferente. Podem comprovar essa diferença instantaneamente pela web can. O jovem acha ridículo o carnaval e nunca ouviu Bossa Nova. Também não faz a mínima idéia do que significa MPB. Mantém o Ipod ligado o dia todo, ouvido rock americano. Assim como um jovem de classe média o faz no computador, porém, sem entender uma única palavra.
            Um garoto dos EEUU que ouve o mesmo rock dos adolescentes do Brasil mora próximo à cidade onde o tênis caro foi projetado por centenas de pesquisadores. Mas no local apenas o projeto é feito, pois o produto mesmo é produzido em algum outro país sem nome, longe das capitais mundiais. Em qualquer lugar onde 90% da população não possa comprar o mais barato dos produtos com o salário que ganha produzindo-os.
            O dono desta empresa mora em Miami desde a última grande alta. Um des seus sócios do Brasil acaba de fechar negócio com uma fábrica em crescimento contínuo na França que produz perfumes caros com matéria prima oriunda do próprio Brasil, onde bóias frias são demitidos e substituídos por máquinas com os dizeresMade in Taiwan” para colher soja. Esta será exportada em toneladas para qualquer outro país, como o Japão. Que provavelmente criará algum produto com esta soja e o venderá de volta ao Brasil por um preço que os operadores das máquinas que colheram a soja não podem pagar. Os trabalhadores embalaram o produto passam fome em algum outro lugar do mundo que grande parte da população não conhece. Não podem sequer comer o lanche que os adolescentes de hoje comem ao ir ao Shopping, acompanhando o produto que nomeou esta geração. O mesmo produto que foi anunciado alguns metros dali num outdoor. Da mesma empresa que o executivo que comprou o perfume caro para sua mulher, comprou ações. Onde todos usam ternos caríssimos, produzidos por máquinas que colocaram na rua, milhares de pessoas, que não podem compra uma dezena de coisas. E assim, um círculo contínuo, um emaranhado de relações, onde nem todas elas estão realmente à mostra.
            A Globalização é boa para os beneficiados, uma pequena parte da população mundial. Porém, essa parte limpa e que nos trás orgulho de ter um produto importado é a única que os mais nos permitimos ver. O capitalismo e o sentido de nação simplesmente nos parecem idéias simples e inquestionáveis. Aos que não são beneficiados, há uma distância tão grande que simplesmente não são capazes de enxergar tão longe e ver de onde vem a falta de comida e o trabalho escravo pelo qual passam. Os únicos que podem ver isso tudo e os efeitos da Globalização são aqueles que a produzem e sem o mínimo interesse de perder este poder.
            É fácil e confortável se deixar cegar e ser guiado por outro alguém. Mas não se percebe esse alguém que segura uma das suas mãos usando a outra para tampar-lhe os olhos.


Texto feito pra uma aula de História da sétima ou oitava série, em 2005 ou 2006, quando mudar o mundo fazia parte dos planos.
- Analu