quarta-feira, 27 de junho de 2012

Já faz 8 anos


Que eu escrevi meu primeiro princípio de livro que efetivamente foi concluído (demorou 2 anos pra terminar, acabou em 420 páginas)
Tinhas umas criaturas bizonhas e falava de amizade, principalmente, como se esperaria de uma criança de 12 anos.

O prólogo eu corrigi/alterei/modifiquei/acrescentei coisas e se encontra logo abaixo.



Prólogo

Em toda dor é possível encontrar aprendizado. O sofrimento nunca deve ser em vão.

Existe um mundo onde criaturas completamente cegas, fadadas ao sofrimento, habitam. São especialmente egoístas, pois têm uma imagem muito concreta, desde seu nascimento, sobre si mesmo, ainda que não sejam capazes de se verem ou verem os demais.
A cegueira os fez inconsequentes. Os fez colocar os sentidos acima de todas as outras coisas. Dessa forma, esta raça pouco se preocupa com os efeitos a longo prazo de suas ações extremas, já que jamais serão capazes de ver o mundo ao seu redor.
E assim, essa raça se tornou uma peste que destrói tudo que toca. Que suga tudo que seu mundo lhe dá, sem retribuir, numa ânsia ignorante pelo hedonismo inconsequente, encontrando justificativas, apoiando-se em seu sofrimento para buscar felicidade de qualquer forma.
Para a maioria dessas criaturas, não há mais meios considerados inteligentes na busca pela felicidade. Alguns a encontram até mesmo na morte do seu semelhante. A maioria delas, aliás, não entende a diferença entre prazer e felicidade.
O mais curioso nessa espécie, e talvez o fato mais odioso, é que apesar de serem cegas, elas fingem se enxergar.

O mundo em que essa espécie habita tem seus dias contados. Uma vez belo, o pobre mundo desta raça foi completamente alterado em função da obtenção dos prazeres mais vis e egoístas dessas criaturas.
Como é importante citar nomes, esta raça foi denominada homo sapiens sapiens, e costuma se considerar a espécie mais evoluída de seu planetoide, numa clara ignorância perante as leis da natureza. Mas o que se esperaria de uma espécie cega que só é capaz de ver uma imagem irreal e superior de si mesma?

Agora falemos de outros seres.
Em um lugar fracamente compreendido pelas mentes dos homens, habitam outras criaturas. Poucos humanos deste mundo já tiveram a oportunidade de vê-las, mas se tivessem, provavelmente discordariam da ideia de que todas elas, em suas mais variadas formas, cores e tamanhos, formam uma mesma espécie.
Há, no entanto, humanos que vivem neste outro mundo. Que conhecem e convivem com essas criaturas. Que sobrevivem a elas. Pois essa espécie tornou-se muito mais forte. Um degrau acima na cadeia alimentar. Devorando humanos sempre que lhes apraz, essa raça tornou-se uma dor, um sofrimento.
Mas de toda dor é possível encontrar aprendizado. E nesse caso, deixa-la ser em vão poderá custar muitas vidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário