terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A nova geração

Entre quanto e quanto tempo temos uma nova geração?
Supostamente eu, de 19 anos, deveria me encaixar na mesma geração que o povo de 14 - 15 anos. E provavelmente os adultos devem mesmo colocar todos entre 14  e 22 anos na mesma geração. Exceto que hoje a diferença entre os jovens adultos e os adolescentes é tão gigantesca que, sem dúvida, são duas gerações diferentes - e MUITO diferentes.

Primeiro, os ídolos. Minha geração é muito apegada a ídolos, mas de uma forma bem diferente da nova geração.
Tínhamos os rockeiros cult, que adoravam Led Zeppelin, Mettalica, Queen, The Doors, etc. E os novos roqueiros, muitas vezes "discriminados", que gostavam de Linkin Park e Evanescence. Lá por 2005 surgiram os emos, que gostavam de Good Charlotte e cortar os pulsos. Em geral, todos eram meio revoltados. Querendo mudar alguma coisa, mesmo que sem nem tentar.
De ídolos pop, tínhamos Britney Spears em sua época de ouro. E por que não, Madonna. Gween Stefani (e dane-se como se escreve o nome dela), Black Eyed Peas (na época das músicas com mais de uma frase).

Um resumo disso? Música pra quem quer ouvir, não ver.
Claro que sempre tivemos ídolos que meninas caíam babando em cima, mas ninguém ouvia música por causa do cantor! Ninguém via o Chester e dizia "NOSSA QUE GATO, VOU OUVIR LINKIN PARK".

O que temos hoje: um bando de cantores solo (Justin Bieber, Demi Lovato, Miley Cyrus, e eu nem quero saber se algum desses nem cantor é, porque sequer conheço) que são bonitinhos mas obviamente não cantam merda nenhuma, e nem suas próprias músicas fazem.
Justin Bieber chegou onde está por talento? Ok, ótimo. Mas faz lá o garoto estudar música, ter uma posição ativista, fazer música que mude algo na vida das pessoas.
Um fato: fãs de Justin Bieber podem até gostar da música dele, mas não foi por isso que começaram a ouvi-lo.

E quanto ao rock?
Que rock?
O que é o rock atualmente senão o que sobreviveu à era "imagem é tudo"?
O que foi o Rock in Rio, senão um punhado de bandas que fizeram sucesso com a minha geração e outras coisas pop mais atuais?

E a representante oficial dessa geração? Lady Gaga, claro. Imagem é tudo. O que é Lady Gaga senão imagem? Ela seria tão famosa se não rolasse no lixo antes de subir no palco? E a Lady Gaga, pelo menos, eu defendo, porque sei que ela efetivamente faz suas músicas e elas TÊM conteúdo. Pelo menos a maioria das que conheço. Muito mais do que as da Britney Spears.

Um fato: minha geração viveu de rock em suas mais variadas formas, seja ela emo, ou o rock que os pais ouviam, ou gritar junto com o Chester Bennington.

A geração atual vive da imagem e da beleza de seus ídolos.

E algo que também me intriga é a displicência dessa geração com livros.
Não sei se é só a baixa quantidade de dados que tenho, mas ô geração pra ser enojada de livros!

Essa nova geração também tem uma ânsia pra crescer, e, sem querer, acaba ficando presa no tempo.
Tumblr de pessoal de 12 até 15 anos é que não me deixa mentir. Como assim tem menina terminando namoro aos 12 anos? Minha geração ainda assistia Cavaleiros do Zodíaco nessa idade. E claro que muita gente mais velha vai dizer que estou querendo me considerar adulta e mimimi. Mas é fato. Não existia isso. Existia até um querer, uma admiração, uma vontade de crescer, mas não ações. Meninas de 14 anos hoje estão postando frases como "Você é tudo pra mim" no tumblr. Por quê? O que é a vida pra você? Você tem 14 anos e sua vida é um outro garoto de 14 anos?
No fim, por essa vontade de crescer mais rápido, essa geração fica presa no tempo, eternamente jovem, eternamente adolescente. Tenho medo de imaginar quando ela vai amadurecer e ir pro mercado de trabalho, perceber que todas essas lamúrias de adolescente triste não passavam de cócegas perto das decisões que a vida vai te forçar a tomar.

A nova geração é a geração da imagem!
Viva Adele e a música para os ouvidos, e não para os olhos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário